terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Cai a noite na cidade ♫

Já era tarde. A noite se aproximava rapidamente e trazia consigo a solidão. Doída, má acompanhada. Olhando pela janela, ela podia ver as luzes das ruas se acendendo, uma a uma. Do alto da cidade as luzes formavam caminhos, sabe-se lá pra onde. Ela não queria pensar nisso agora. Fechou os olhos e se imaginou em qualquer outro lugar, abriu os olhos e as luzes ainda a encaravam friamente. "Malditas", ela pensou tomada pela raiva. Fechou a janela, mas as frestas ainda revelavam alguns pontos, algumas lâmpadas. "Parem com isso". Imóveis, as luzes ainda olhavam com ar superior. Ela sabia que era culpada, sabia que não sairia impune. Sabia que, mesmo que não a pegassem, sua consciência a perseguiria com as mesma imagens todas as noites. Não tinha idéia do que fazer, não tinha idéia de como seria viver com a culpa. Dois pesos e duas medidas. A garota doce e a garota má. Qual estaria com ela o resto da vida? Ela conseguiria conviver com as duas?

3 comentários:

  1. Eu digo que sim, mas com equilibrio. Mas se bem que daria um ótimo personagem essa dualidade... hehe

    ;**

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  2. Todos somos de uma dualidade imensa e vê-la pintada como estão nas suas palavras é muito bom. Vê-se logo que além da sensibilidade com as palavras, tu tens também um olho observador. Isso é muito bom.

    Abraço,

    R.Vinicius

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