domingo, 15 de março de 2009

Ela olhava, mas não via nada em especial. Seu sorriso era como uma ação programada para determinadas horas. Não agia naturalmente, nem se lembrava de como era ser natural. Não tinha se dado conta de como as coisas mudavam em segundos, palavras. E de fato mudaram. De repente não tinha mais príncipe, não tinham mais sonhos. Só restava sua carcaça, seu corpo. O baque mergulhou-a numa imensidão negra, num pesadelo particular.
- Sinto falta de quando éramos dois, de quando você era meu e não existia mais ninguém.
- Às pessoas mudam, a situação é outra. Smoso as mesmas pessoas, mas não temos mais as mesmas personalidades. Você precisa entender, não vou viver pra sempre apenas contigo, preciso de outras companhias, amizades.
Ela não podia negar a carência pela diversidade. Nunca foi segredo que as amizades, por mais ingênuas que fossem, lhe causavam um certo medo. Ela nunca foi perfeita para ele, ela nunca deixou de sentir medo.
- Não queria que fosse assim, não queria que você esquecesse que é tudo que eu preciso.
- Não vou me esquecer, princesa. Não vou me esquecer de você, apenas não vou mais estar contigo.
- Você já teve a noção do quanto eu te amo? - ela não conseguia chorar, a inconformidade não permitia.
- Você nunca teve noção de tudo que eu poderia ter feito.

Adeus.

Um comentário:

Critique, elogie, argumente. Mas seja criativo, hen.