Eu sou assim

Me lembro de passar e ouvir piadinhas de mal gosto. Me lembro de não ser chamada para dormir na casa das meninas da escola por acharem que eu tentaria ficar com todas elas. Me lembro de ser criticada, maltratada, ignorada. Me lembro quando tentaram mudar o meu modo de sentir as coisas, minha sexualidade. Hoje já não ligo mais para isso, os outros gostando ou não, sou lésbica. Vítima do preconceito e de alguns olhares tortos, como se eu me importasse. Me lembro de pensarem que eu estava doente, que eu estava possuída, que eu estava maluca. Eu apenas prefiro as mulheres. Prefiro quem sabe como eu me sinto, sabe como me tratar. E não é por falta de opção, desilusão ou por modismo. Eu escolhi ser assim. Escolhi gostar do interior das pessoas e não do brinquedinho delas.  Tenho medo, isso sim. Medo de sair na rua de mãos dadas e ser humilhada, como me lembro que aconteceu. Mas, dentre todas as coisas que eu me lembro, a mais marcante foi de ter optado pela minha felicidade, não importa o sexo da pessoa que esteja comigo.

Pauta para o PostIt: preconceito.

Para saber: eu tenho total consciência de que não ficou bom. Tentei tomar uma história como a minha e percebi que sou péssima nisso. Mas como o que vale é a intenção e as entrelinhas, né. E eu não sou lésbica, usei o preconceito contra elas (a homofobia) por ser algo que eu de fato conheço e já presenciei de forma bastante brutal. Homossexualismo não é doença e Deus não pode ser contra isso. Desculpe-me se você discorda da última afirmação, mas como eu já disse para uma senhora uma vez, Deus nos criou para sermos felizes e não pode nos condenar se nossa felicidade for ao lado dos nossos semelhantes. Homossexualismo não é perversão. Não é crime. Já a homofobia, sim.