sábado, 27 de março de 2010

O fim

Estava exausta. Cansada de ouvir minhas reclamações, me dar sermões. Estava podre, sem cor, sem vida. Mas ainda assim estava ao meu lado, me apoiando. Logo eu que sempre desacreditei do companheirismo e da solidariadade sem motivo, logo eu. Mas estava ali, pura e ingênua, esperando pelo meu próximo passo, esperando para me seguir. Sentia um nó na garganta, uma vontade de sussurrar algumas coisas, mesmo que para si mesmo. Sentia vontade de ir embora, mas não seria capaz de me deixar ali. Esperaria até que eu adormecesse no seu colo, com suas mãos imensas repousando sobre meu cabelo, afagando meus pensamentos. E então, como quem não quer nada, partiria, deixando para trás toda a nossa história, todas as carícias, todo o amor.
Se eu esperaria que ela voltasse? Não seria tão hipócrita, não. Alguma parte de mim, por menos que fosse, sabia que eu tinha aniquilado qualquer vestígio de sentimento sincero que houvesse nela. Alguma parte de mim, por menor que fosse, sabia que era o fim.

4 comentários:

  1. os fins sempre são difíceis, mesmo quando sabemos que eles vão ocorrer de uma forma ou outra.
    Hey, saudades dos seus textos! Comecei a ficar preocupada que você abandonasse o blog :/ ainda bem que não fez isso :)

    beijos

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  2. Por mas que seja um fim anunciado sempre é triste.
    Beijo e boa semana.

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  3. "Alguma parte de mim, por menor que fosse, sabia que era o fim."
    que frase... AMEI!
    beijos

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  4. amor, tem uns textos que são muuuito profundos pra mim... mas, mesmo sem entender muuito, eu gostei :D



    beijos,
    Sofia

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