terça-feira, 14 de outubro de 2008

Me lembro de você me esperando na varanda, com aquele ar de sério e o cigarro na mão. De você me dando os brinquedos de madeira, feitos a mão. Quem te via rindo daquele jeito nunca imaginaria que você ficaria como está agora, numa maca, sendo analisado por mãos com luvas de borracha. Você foi embora e eu nunca pude dizer o quanto você era especial, como fazia parte do meu dia a dia, da minha família. Queria ter te abraçado naquele domingo e dito que você também é especial. E agora você foi embora. E não foi até a esquina, ou viajar, foi para um lugar onde eu não vou poder te visitar. Perdas são comuns, mas perdas assim doem, e eu sei que você não quer ver ninguém chorar por sua partida, mas se choro agora, é por já saber que nunca mais vou poder rir contigo, imitar seu bigode, recusar suas tentativas de me engordar. Você me viu crescer e esteve ao meu lado, mais do que muitos que deveriam estar. Agora só resta a lembrança, e ela será eterna, tio.

Um comentário:

Critique, elogie, argumente. Mas seja criativo, hen.