Saudade

Eu tive uma amiga, uma vez. Não era grande coisa. Nós fazíamos o dever de casa juntas, brincávamos de Barbie e ela me contava todos os seus segredos (que normalmente eram sobre ela ter usado os sapatos da mãe escondida). Tinhamos 6 anos, mas ela era minha melhor amiga. Morávamos no mesmo prédio, nossas famílias eram amigas. Foi a garota mais especial que eu já conheci. Algum tempo depois eu me mudei e a distância começou a atrapalhar. E então, quando tínhamos 13, numa noite de verão, a mãe dela me ligou. Um nó apertou minha garganta e pela primeira vez na vida eu senti vontade de sumir. Então aquela minha pequena, aquela melhor amiga da infância estava por um fio? Eu custei a acreditar, custei a aceitar que nunca mais poderia ver o brilho nos seus olhos no natal, que nunca mais ouviria aquela voz fina e meio rouca. Só então percebi o valor que ela tinha em minha vida. Só então entendi que não se trata de quantas pessoas saem conosco ou quantos números de telefone temos em nossa agenda. Se trata de amor, carinho, companheirismo. Perdi minha amiga, ganhei algumas noites não dormidas e lágrimas constantes. Mas ainda assim ganhei. Ganhei as lembranças, ganhei muitas histórias para contar, ganhei muitos sorrisos, toda a minha infância. E ganhei saudade, muita saudade.

Pauta para o PostIt: Amizade

P.S.: Já postei sobre a Natália uma vez no Segredos e esse texto é sobre ela também. Se quiser ler o primeiro, clique aqui.

P.P.S.: Geeente, vocês viram que meu texto sobre tudo que me irrita saiu no  blog do TDB?*-* Surtei de felicidade quando vi, own.